Nova Espécie de Dinossauro e sua Relevância na Evolução das Espécies
A descoberta de um fóssil em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, está lançando nova luz sobre a evolução dos dinossauros, um assunto que intriga a paleontologia há décadas. Nossos conhecimentos sobre a transição de espécies antes e após a Grande Morte — um evento cataclísmico que ocorreu há cerca de 250 milhões de anos e que resultou na extinção de mais de 95% das formas de vida marinha e 70% das linhagens de vertebrados terrestres — podem estar prestes a se expandir consideravelmente.
O fóssil, agora identificado como uma nova espécie denominada Itaguyra oculta, foi analisado por uma equipe conjunta de paleontólogos brasileiros e argentinos, composta por especialistas de instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O estudo, publicado na revista Scientific Reports, documenta dois ossos fossilizados da cintura pélvica do animal, especificamente um ílio e um ísquio. Esta análise permitiu aos pesquisadores concluir que o fóssil pertence ao grupo dos silessauros, considerado um dinossauromorfo — uma linhagem mais ampla que inclui os dinossauros e outras espécies que podem ser seus parentes próximos.
Os silessauros, população que habitou o planeta durante o final do Triássico, eram, em sua maioria, animais quadrúpedes e onívoros ou herbívoros. A presença contínua desse grupo na América do Sul, segundo os pesquisadores, sugere que ele era um agente relevante na história evolutiva daquela época. "A presença contínua de silessauros no Brasil reforça o papel do sul do país como um território-chave para entender a origem e diversificação dos dinossauros", afirmou o paleontólogo Flávio A. Pretto, coautor do estudo.
O nome Itaguyra oculta, que combina palavras da língua tupi para "pedra" e "ave", é uma referência à origem do achado e ao fato de que os restos permanecem "escondidos" por décadas entre outros materiais. A importância da descoberta se estende além do âmbito regional, oferecendo insights sobre a continuidade da vida pré-histórica em um período crítico após um dos maiores eventos de extinção na Terra.
Essa nova abordagem à evolução dos dinossauros não só expande o entendimento sobre a diversificação das espécies, mas também provoca reflexões sobre como as linhagens que conhecemos hoje se formaram a partir de ancestrais menos conhecidos. O estudo colaborativo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo projeto INCT-Paleovert, evidenciando a importância da cooperação científica em investigações paleontológicas.
A pesquisa e suas conclusões ficam ainda mais relevantes em um contexto onde a compreensão do passado é crucial para a formação de um conhecimento mais robusto e fundamentado sobre a biodiversidade que temos atualmente.
Fóssil descoberto no Brasil lança luz sobre origem dos dinossauros
Fonte: Agencia Brasil.
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